quinta-feira, 30 de outubro de 2008

O ESPELHO E O TEMPO

Neste último final de semana fui à festa de 50 anos de um amigo muito querido, Betho Vilas! No dia seguinte, a festa continuava dentro de mim! Ressoavam em mim todos aqueles sons de bandolim, de flauta, de violões e de cantoria da boa! Lá reencontrei muitos amigos que há muito tempo não via. Uma amiga muito querida dos tempos de cursinho, a Inez Vilela , já completavam 30 anos que não a via. Sentimentos embutidos, escondidos, julgados desaparecidos se afloraram e despontaram com toda espontaneidade! Não foram 30 dias nem 30 meses! Foram 30 anos que desapareceram num segundo, num abraço, num carinho, em palavras de afeto contido que se revelaram e que nos mostraram que, realmente, uma grande amizade não muda com o tempo nem com a distância.
Uma forte identidade! Uma absurda afinidade! Um incondicional amor!

O espelho só me reflete
O que ainda não sou eu!
Reflito sobre o que vejo
E que o tempo não corrompeu!

Vejo rugas que me lembram
Que já tenho tempo há tempos!
Mas o tempo aqui de dentro
Anda lento... contratempos!

Teimo em não envelhecer
E acompanhar este outro passo.
O tic-tac que passa
Registra outro compasso...

Aqui dentro pulsa a vida!
O tempo não sabe brincar?
A vida impulsiona o sonhar!
E esse tempo não tem lugar!

É como se brincava antes!
É como criança a cantar:
"Quem foi ao vento perdeu o assento"!
É só a vida a me ocupar!

O espelho ainda não revela
A imagem de dentro do eu!
Vontade de viver é tão bela!
Que o espelho verá o que perdeu!

Thais Rosa Bustamante- 30/10/2008

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

O ESTANDARTE

Viver é uma arte!
Um desfile de emoção!
Leva-se o estandarte
Dos sonhos do coração!

Não é fácil carregá-lo!
Há desvios e atalhos.
Mas não se deve entregá-lo
A outrem ou em frangalhos!

Este nosso estandarte
Nos levanta e nos anima.
Difícil levá-lo com arte
Mas é o que mais fascina!

Carrego sempre comigo
Os sonhos nas melodias.
Nas letras, tento, persigo
Traduzir as alegrias!
Thais Rosa Bustamante- agosto de 2008

MEMÓRIA

A memória, às vezes, nos trai.
Às vezes, momentos nos traz.
Às vezes, histórias atrai.
E, às vezes, nos leva lá atrás!

Lambidas em nossa mente
Num vai e volta, volta e vai!
Se num lampejo ela vem
Noutro lampejo se esvai!

O que queremos no presente
Encontramos num segundo
Perseguindo ardentemente
Cavucando lá no fundo!

Flutuam fatos...flutuam...
Passeando lado a lado.
Ao passarem especulam
Algum segredo embotado.

E passam bem de pertinho!
Onde anda aquela data?
Deve estar em um cantinho!
Cutuca que vem, a ingrata!

Insistindo numa idéia
Ficamos a garimpar
A segurar a batéia
Até o brilho voltar!

Enfim, nos vem, do forno quente!
E nos toca no ponto em questão!
Não sei se no inconsciente!
Não sei se no coração!
Thais Rosa Bustamante- 3/10/2008