DITINHO
Lá pelos idos dos anos 8O, um garotinho aparentando 10 anos, franzino, sardentinho, falante e de olhos muito vivos e alegres bateu à nossa porta pedindo para cuidar do jardim. Mamãe sempre gostou muito de mexer com a terra! Tudo que ela planta cresce e floresce! Ela acolheu esse menininho e foi ensinando-lhe a arte da jardinagem.
Mas, nesta época, o Ditinho era quase que uma folha de papel em branco de pura inocência e na qual você poderia imprimir qualquer sentimento.
Meu primeiro contato com ele foi assim: eu havia chegado da faculdade e estava esperando o almoço assistindo à primeira TV "em cores" que tivemos. Passava o desenho do Picapau, com o qual eu nunca simpatizei por ser um pássaro sacana que só judiava daquele homenzinho narigudo.Coitadinho!
Foi quando percebi um vulto no "cantim" da janela.
- Ah! Cê tá vendo "deseninho" aí,né?
- Esse desenhu aí sai culuridu?
Percebendo que tudo aquilo era novidade pra ele, expliquei:
- É! Essa televisão tem um botãozinho que deixa colorido e em preto e branco( até hoje não entendi porque existia esse botãozinho!?!?). E mostrei a ele como funcionava. E ele:
- Nossa! Vô falá pru meu tiu prei oiá na televisão dei!! Vai vê qui tem um butãozinho dessi aí na dei e êi tá danu bobera lá!!Venu tudu sem cor!!
O tempo foi passando e ele foi passando pra dentro de casa e da nossa família. Dormia, almoçava, jantava. Era un convívio diário e ele só saía para ir à escola e quando ía para a casa dele. E ele sempre foi apaixonado pela televisão e seus filmes.
Numa noite, estávamos todos reunidos assistindo a um filme sobre dinossauros. Ele ficava vidrado na telinha vivenciando todas aquelas emoções . Quando acabava, ele fazia seus comentários entusiasmados:
- Nossa, seu Aécio! Comu será qui êis consegui qui us bichu faiz tudu qui êis qué?
- Não, Ditinho! Esse bicho nem existe mais! É tudo boneco! Truque de televisão!
- Mai num é pussíve seu Aécio! Num é bunecu não! Êis inté pisca us zoinho!!
- Não, Ditinho! Esse bicho não existe mais! Ele existiu há milhões de anos atrás!
- Uai, seu Aécio! Mai pode sê qui u filmi é véio!!!!!
De outra vez foi um filme sobre Spartacus. E ele de novo:
- Nossa, seu Aécio! Um filmi dessi vali inté a pena pagá intêra no cinema pra assisti naqueli telão, né?
- Mas você é estudante, Ditinho! Cê paga meia!
- Ah! Seu Aécio! Mai ieu queru vê u filmi'ntêru!!
Daí, o Hernani, que sempre gostava de brincar com ele, disse:
- Não, Ditinho! É só assistir cum zóio só!
E olha que ele era tão puro e honesto que era bem capaz de ir ao cinema e assistir tudo "cum zóio só" porque pagou meia entrada!
Outra: mamãe na cozinha e ele já adolescente, começa:
- Sabe dona Teresa, meu tiu tá cum pobrema di coração, meu pai bebi e fala bestêra e minha tia tevi qui trocá a porta da casa qui quebrô...(e tudo numa rapidez!).
- Que é isso, Ditinho? Cê tá falando do seu pai e da porta tudo junto?
- Uai, dona Teresa! Mudei di assuntu, uai!
Papai tinha comprado uma mobilete que eu usei muito pra ir pra faculdade. Depois ela ficou meio encostada, sem uso e o Ditinho, já um rapaz que fazia jardinagem em todo bairro do BPS, quis comprar a tal mobilete. Não me lembro dos valores exatos, mas vamos supor que valia uns quatrocentos reais(que moeda era vigente nesta época?). Então, só porque era pra ele o papai vendeu por cem reias para ajudá-lo(como todo bom "negócio" que o papai faz).Uns dias depois, apareceu todo orgulhoso por ter feito um "ótimo" negócio:
- Óia seu Aécio! Apareceu um rapaiz qui quis comprá a mubileti por 200 reais! Aí ieu vindi!
- Mas Ditinho! A mobilete valia 400 reis. Eu só vendi por cem porque era para você!!Podia ter vendido por mais!
Só sei que o papai não conseguiu fazê-lo entender!!
Mas ele está aí! Firme e forte! Trabalha de jardineiro em Itajubá até hoje e sempre que está em aperto corre lá pra perto da dona Teresa!! Mais uma plantinha que a mamãe fez crescer e florescer!
É só o que se leva da vida! Boas lembranças e amor no coração!
Thais Rosa Bustamante 30/11/2007
sexta-feira, 30 de novembro de 2007
PERSONALIDADES I
VOVÓ NICOTA
Minha bisavó Nicota, mãe do meu vô Zé Rosinha nos deixou quando eu tinha uns dez anos. Mas eu me lembro dela claramente e de suas brincadeiras bem humoradas, da sua mania de dizer que não enxergava nada e ao mesmo tempo sempre achava algo pequenino perdido no chão. Usava o cabelo sempre preso com "ramonas"(grampos) num coquezinho típico das velhinhas da época e os vestidos com estampa miúda franzidinhos na cintura(pelo menos é assim que ficou na lembrança).
Quando nós, os bisnetos, passávamos uma temporada na casa do vovô, geralmente nas férias, ela sempre trocava os nossos nomes. Mas eu achava que era de propósito só pra fazer a gente rir. O meu era Gertrudes e eu achava engraçadíssimo!
Ela nasceu no final do século XIX e pra ela foi difícil acompanhar a evolução dos tempos. Na roça em que nasceu, nem preciso dizer que tudo era feito artesanalmente,a duras penas: a lida na roça, colheitas manuais, bolos e pães batidos no muque, roupas lavadas e passadas com aquele ferro pesado cheio de brasa, escovão para dar brilho no chão, fogão à lenha e etc, etc, etc...( Putz! Como eu tô véia! Eu me lembro de tudo isso!)
E ela, em pouco espaço de tempo, viu desfilar na sua frente luz elétrica, água encanada,fogão a gas, batedeira, enceradeira, aspirador de pó, telefone, vitrola, rádio, televisão...
Ah!!! A TV!!! Este é um capítulo à parte!Nós todos nos divertíamos com suas conclusões mágicas e lúdicas!!
Estávamos almoçando na casa do vovô e a "netaiada" espalhada no sofá, no chão e com o pratinho na mão e assistindo à TV. Passava Rintintin na TV Tupi. Foi quando ela veio lá da copa e da "pordasala", que ficava do lado da "táia di barro", disse meio "braba":
- Ô gentchi!! Disliguessitrem um pôco qui essi povu aí da televisão qué armuçá tamém,uai!!!
Será que ela falava sério? Nós, os caipirinhas modernos, nos perguntávamos. E sempre ficava esta dúvida...
Outra foi quando a tia Anita trocou o móvel da televisão, que era uma cômoda enorme, por uma mesinha:
- Nita! Essa mesinha num vai güentá essa televisão, Nita!
- Vai sim, vó! A mesinha é pequena mas é de ferro!
- Num vai, Nita! Essa mesinha dismilingüida num vai güentá!
- Vai sim, vó!
- Güenta agora Nita, mai na hora qui aquela cavalada du Durangu Kid passá aí, essa televisão vai pulá nu "meidasala"!!!
Os que têm mais de 40 anos vão se lembrar desta propaganda de sabão em pó Rinso( ai como eu tô véia!)ou reclame como se dizia na época: o marido chega em casa do trabalho e o seu cachorro, um pastor alemão, corre ao seu encontro e suja a camisa branca com suas patas. Em seguida aparece a esposa no tanque, esfregando a camisa e dizendo:
- Ai, meu Deus! Dai-me forças!
Daí começa a musiquinha e o locutor dizendo que com o novo sabão em pó Rinso não precisa mais fazer força para lavar a roupa!!!
Depois de várias reprises o vovô comentou:
- Mai qui muiézinha mais injuada! Pra lavá uma camisa fica pidinu força pa Deus!
- Mai Zé!Ocê já viu u tantu de veiz qui essi homi chegu'im casa e essi cachorru suja a camisa dêi?(dele)
Tá certu né,vó?
Em 1969, quando a Apolo XI ( para o Otávio, Apolo chi) aterrissou na lua, estávamos todos acompanhando aquele "feito da humanidade"(e que eu acho que não tem utilidade nenhuma e com gastos astronômicos desnecessários) quando ela passa pela sala, arrastando seu chinelinho e foi lá pro alpendre. E lá ficou por alguns instantes. Dali a pouco ela aponta na "pordasala" e arremata:
- Ô gentchi! Issu tudu aí é "pantomima"! Eu tô aqui fora oiânu a lua e num tô venu nada di diferenti acontecenu lá!!
Assim era nossa vovó Nicota!!
Thais Rosa Bustamante-nov-2007
Minha bisavó Nicota, mãe do meu vô Zé Rosinha nos deixou quando eu tinha uns dez anos. Mas eu me lembro dela claramente e de suas brincadeiras bem humoradas, da sua mania de dizer que não enxergava nada e ao mesmo tempo sempre achava algo pequenino perdido no chão. Usava o cabelo sempre preso com "ramonas"(grampos) num coquezinho típico das velhinhas da época e os vestidos com estampa miúda franzidinhos na cintura(pelo menos é assim que ficou na lembrança).
Quando nós, os bisnetos, passávamos uma temporada na casa do vovô, geralmente nas férias, ela sempre trocava os nossos nomes. Mas eu achava que era de propósito só pra fazer a gente rir. O meu era Gertrudes e eu achava engraçadíssimo!
Ela nasceu no final do século XIX e pra ela foi difícil acompanhar a evolução dos tempos. Na roça em que nasceu, nem preciso dizer que tudo era feito artesanalmente,a duras penas: a lida na roça, colheitas manuais, bolos e pães batidos no muque, roupas lavadas e passadas com aquele ferro pesado cheio de brasa, escovão para dar brilho no chão, fogão à lenha e etc, etc, etc...( Putz! Como eu tô véia! Eu me lembro de tudo isso!)
E ela, em pouco espaço de tempo, viu desfilar na sua frente luz elétrica, água encanada,fogão a gas, batedeira, enceradeira, aspirador de pó, telefone, vitrola, rádio, televisão...
Ah!!! A TV!!! Este é um capítulo à parte!Nós todos nos divertíamos com suas conclusões mágicas e lúdicas!!
Estávamos almoçando na casa do vovô e a "netaiada" espalhada no sofá, no chão e com o pratinho na mão e assistindo à TV. Passava Rintintin na TV Tupi. Foi quando ela veio lá da copa e da "pordasala", que ficava do lado da "táia di barro", disse meio "braba":
- Ô gentchi!! Disliguessitrem um pôco qui essi povu aí da televisão qué armuçá tamém,uai!!!
Será que ela falava sério? Nós, os caipirinhas modernos, nos perguntávamos. E sempre ficava esta dúvida...
Outra foi quando a tia Anita trocou o móvel da televisão, que era uma cômoda enorme, por uma mesinha:
- Nita! Essa mesinha num vai güentá essa televisão, Nita!
- Vai sim, vó! A mesinha é pequena mas é de ferro!
- Num vai, Nita! Essa mesinha dismilingüida num vai güentá!
- Vai sim, vó!
- Güenta agora Nita, mai na hora qui aquela cavalada du Durangu Kid passá aí, essa televisão vai pulá nu "meidasala"!!!
Os que têm mais de 40 anos vão se lembrar desta propaganda de sabão em pó Rinso( ai como eu tô véia!)ou reclame como se dizia na época: o marido chega em casa do trabalho e o seu cachorro, um pastor alemão, corre ao seu encontro e suja a camisa branca com suas patas. Em seguida aparece a esposa no tanque, esfregando a camisa e dizendo:
- Ai, meu Deus! Dai-me forças!
Daí começa a musiquinha e o locutor dizendo que com o novo sabão em pó Rinso não precisa mais fazer força para lavar a roupa!!!
Depois de várias reprises o vovô comentou:
- Mai qui muiézinha mais injuada! Pra lavá uma camisa fica pidinu força pa Deus!
- Mai Zé!Ocê já viu u tantu de veiz qui essi homi chegu'im casa e essi cachorru suja a camisa dêi?(dele)
Tá certu né,vó?
Em 1969, quando a Apolo XI ( para o Otávio, Apolo chi) aterrissou na lua, estávamos todos acompanhando aquele "feito da humanidade"(e que eu acho que não tem utilidade nenhuma e com gastos astronômicos desnecessários) quando ela passa pela sala, arrastando seu chinelinho e foi lá pro alpendre. E lá ficou por alguns instantes. Dali a pouco ela aponta na "pordasala" e arremata:
- Ô gentchi! Issu tudu aí é "pantomima"! Eu tô aqui fora oiânu a lua e num tô venu nada di diferenti acontecenu lá!!
Assim era nossa vovó Nicota!!
Thais Rosa Bustamante-nov-2007
quinta-feira, 29 de novembro de 2007
Mulheres! Que currículo "invejável"!!
Hoje vi na TV uma nova campanha que "enaltece a mulher"!!!Você começa a ouvir aquelas palavras e vai se envaidecendo por pentencer a esta classe do tão falado sexo frágil e que de frágil não tem nada! Você começa ouvindo que a mulher, antes submissa, galgou os degraus de seu crescimento pessoal e social com muita luta, se tornou cidadã respeitada por se emancipar, por conseguir o direito de votar, por estar ativa no mercado de trabalho e se equiparando aos homens, por ter jornada dupla e, às vezes, tripla e ainda continuar feminina.
Ufa! E, com todo este "palavrório", você vai se animando!
- Pô!! Eu sou uma dessas mulheres!! Que legal!! (embora eu tenha uma amiga, Kiki, que diz que, se pudesse, esganaria as mulheres que queimaram o sutiã em praça pública!!).
De repente, a câmera foca no rosto da atriz que lança a seguinte pergunta: Se nós fomos capazes de todo este trajeto de vitórias, não somos capazes de poder decidir o quê fazer com nosso próprio corpo?
Chuáááá!!!
Banho de água fria!!!
Pois é! Esta é a nova campanha a favor da descriminalização do aborto!!
Lá vai a chatinha desse mundo globalizado a dar o seu nó !!
Então eu pergunto: se nós fomos capazes de tudo isto, não somos capazes de prevenir uma gravidez que é bem mais simples? Precisamos matar uma criança? E que não é uma criança qualquer, mas um filho! Precisamos sujar todo este currículo "invejável" justamente com o que há de mais precioso que recebemos? A vida!! E a vida de um filho!!
Não! Não consigo entender uma coisa dessas. Não consigo sentir nada positivo com isto! Não consigo concordar com nenhum argumento! Porque eu penso que a solução de uma gravidez indesejada(ou apenas inesperada) está centrada no antes, na informação, no conhecimento e, para quem crê em Deus, no quinto e no sexto mandamentos. Vamos virar Herodes?
Quando a gente tem um problema, para resolvê-lo, não se procuram as causas que o provocaram? Não temos que ir à raiz do problema para solucioná-lo? Ou simplesmente esquecemos e o jogamos no lixo?Se temos uma pessoa doente, não devemos cuidar, procurar a causa da patologia para poder curá-la? Ou damos apenas sintomáticos e deixamos por isto mesmo?
Que decepção! Depois de exibir todo este currículo, me apresentam um argumento desses!!Porque já não é SÓ o nosso corpo! Independente do tempo de gestação, ali já existe um ser humano com corpo e alma! E indefeso! Uma criança, um filhinho e que já está impregnado de todas as sensações emanadas por sua mãe e pelas pessoas próximas envolvidas. Já capta os sentimentos como antena parabólica. Já sabe se vai ser bem-vinda ou não. E isto explica muitos casos de crianças com comportamento "inadequado","esquisito","inexplicável" e que batem no irmãozinho, que têm "dores de barriga","dores de cabeça", que não comem e que não passa de um pedido de socorro a clamar por atenção e sinalizando:
- Gente!! Eu estou aqui!!
Não! Eu não posso concordar com um assassinato legalizado, mesmo que ali, no útero, esteja um serzinho de um milímetro, mas que já tem seu jeitinho único e que já é capaz de amar e de trocar sentimentos: bons ou ruins! E ISTO SIM, quem decide somos nós, mulheres de "currículo invejável"!!
Nós podemos decidir que tipo de ser humano queremos colocar no mundo!
E uma coisa eu garanto: se a criança foi gerada com amor e por amor, se foi criada com amor e bom senso, podemos até cometer erros( e é lógico que cometeremos!), mas do mal que desola e assola qualquer ser humano: o desamor, o desapego, a indiferença; deste mal ela estará livre!
Livre para ser!! Livre para viver!!
E a vida, nem mãe nem ninguém tem o direito de roubar!
Nem as "mulheres de currículo invejável"!!
Se não vou começar a achar que a minha amiga Kiki tem razão!
E com a licença da tia Chiquitinha que, tenho certeza de que concordaria comigo: TENHO DITO!!!!
Thais Rosa Bustamante-19/10/2007
Ufa! E, com todo este "palavrório", você vai se animando!
- Pô!! Eu sou uma dessas mulheres!! Que legal!! (embora eu tenha uma amiga, Kiki, que diz que, se pudesse, esganaria as mulheres que queimaram o sutiã em praça pública!!).
De repente, a câmera foca no rosto da atriz que lança a seguinte pergunta: Se nós fomos capazes de todo este trajeto de vitórias, não somos capazes de poder decidir o quê fazer com nosso próprio corpo?
Chuáááá!!!
Banho de água fria!!!
Pois é! Esta é a nova campanha a favor da descriminalização do aborto!!
Lá vai a chatinha desse mundo globalizado a dar o seu nó !!
Então eu pergunto: se nós fomos capazes de tudo isto, não somos capazes de prevenir uma gravidez que é bem mais simples? Precisamos matar uma criança? E que não é uma criança qualquer, mas um filho! Precisamos sujar todo este currículo "invejável" justamente com o que há de mais precioso que recebemos? A vida!! E a vida de um filho!!
Não! Não consigo entender uma coisa dessas. Não consigo sentir nada positivo com isto! Não consigo concordar com nenhum argumento! Porque eu penso que a solução de uma gravidez indesejada(ou apenas inesperada) está centrada no antes, na informação, no conhecimento e, para quem crê em Deus, no quinto e no sexto mandamentos. Vamos virar Herodes?
Quando a gente tem um problema, para resolvê-lo, não se procuram as causas que o provocaram? Não temos que ir à raiz do problema para solucioná-lo? Ou simplesmente esquecemos e o jogamos no lixo?Se temos uma pessoa doente, não devemos cuidar, procurar a causa da patologia para poder curá-la? Ou damos apenas sintomáticos e deixamos por isto mesmo?
Que decepção! Depois de exibir todo este currículo, me apresentam um argumento desses!!Porque já não é SÓ o nosso corpo! Independente do tempo de gestação, ali já existe um ser humano com corpo e alma! E indefeso! Uma criança, um filhinho e que já está impregnado de todas as sensações emanadas por sua mãe e pelas pessoas próximas envolvidas. Já capta os sentimentos como antena parabólica. Já sabe se vai ser bem-vinda ou não. E isto explica muitos casos de crianças com comportamento "inadequado","esquisito","inexplicável" e que batem no irmãozinho, que têm "dores de barriga","dores de cabeça", que não comem e que não passa de um pedido de socorro a clamar por atenção e sinalizando:
- Gente!! Eu estou aqui!!
Não! Eu não posso concordar com um assassinato legalizado, mesmo que ali, no útero, esteja um serzinho de um milímetro, mas que já tem seu jeitinho único e que já é capaz de amar e de trocar sentimentos: bons ou ruins! E ISTO SIM, quem decide somos nós, mulheres de "currículo invejável"!!
Nós podemos decidir que tipo de ser humano queremos colocar no mundo!
E uma coisa eu garanto: se a criança foi gerada com amor e por amor, se foi criada com amor e bom senso, podemos até cometer erros( e é lógico que cometeremos!), mas do mal que desola e assola qualquer ser humano: o desamor, o desapego, a indiferença; deste mal ela estará livre!
Livre para ser!! Livre para viver!!
E a vida, nem mãe nem ninguém tem o direito de roubar!
Nem as "mulheres de currículo invejável"!!
Se não vou começar a achar que a minha amiga Kiki tem razão!
E com a licença da tia Chiquitinha que, tenho certeza de que concordaria comigo: TENHO DITO!!!!
Thais Rosa Bustamante-19/10/2007
domingo, 25 de novembro de 2007
Solidão
Às vezes, me sinto um pouco solitária: a chatinha de um mundo globalizado, que quase sempre se vê com uma opinião diferente da maioria das pessoas! Às vezes me sinto um ET! Sabe por quê?
Porque ainda tento ensinar aos meus filhos, a importância de serem bons, honestos. A importância do respeito para com os outros mesmo que não sejamos respeitados por eles. Ainda tento ensinar-lhes a não jogar papel em via pública, a acatar a autoridade dos professores, a não deixar nossa cachorrinha fazer cocô na rua, a dar o lugar aos mais velhos,a não abrir embalagens dentro do supermercado...
Ainda tento dizer aos meus filhos da essência do amor! E que o sexo não deve ser tão valorizado assim, tão liberado assim. Ainda tento argumentar que o namoro deve ser levado a sério, enquanto se ama ou acha que se ama. E que o sexo ainda não deve fazer parte do namoro embora o que se vê em toda parte é que o sexo está implícito nele. Neste ponto,eu sei que serei promovida de chatinha à insuportável do mundo globalizado!!
Mas eu tento! Pelejo que pelejo!!
Ainda tento passar aos meus filhos, não os valores do dólar, do euro...mas da honestidade, da castidade, do amor e temor a Deus!!
Ainda tento falar em virgindade! Hoje em dia? Que piada! Que mulher atrasada! E é médica, heim?
Mas eu tento! Pelejo que pelejo!
Ainda tento atender meus pacientes olhando-os nos olhos e respeitando a ignorância que assola os sem informação!!Ainda tento ter ética profissional onde tudo tende a ser superficial!!
Ainda tento dar aos meus filhos a educação do berço! Aconchegante berço! Ter personalidade em assumir que tem uma opinião própria! E não será qualquer mudança no comportamento social que os fará balançar!
Há certas coisas que não devem mudar, não devem seguir moda!
Ainda tento dizer não aos meus filhos num mundo onde tudo é permitido! E dizer não a eles é tão difícil assim? Às vezes dói ver seus rostinhos tristes! Mas é preciso dizer não!
Sei que serei alvo de críticas polêmicas!! Opiniões divergentes!! Mas estou habituada a isto! Desde garota!Na faculdade, por ser assim, careta, caipira, a "do contra", ouvia muitas críticas: sinceras das amigas que me falavam diretamente que eu não deveria ser assim tão radical; e aquelas traiçoeiras, zombeteiras... E eu tinha consciência de tudo isto! Mas sempre tive tanta convicção de que estava certa! E não me arrependo!
Ainda tento passar para meus filhos o quê recebi dos meus pais! E tudo isso nada mais é que educar! Nada mais é que amar!
Respeito a todos que pensam diferente de mim. Não sou a dona da verdade. Só quero alertar aos mais liberais que irão me achar atrasada e preconceituosa: cuidado para não reverter o processo do preconceito me taxando disso ou aquilo...Porque eu vejo que isso acontece! E muito!
Mas eu tento viver numa boa com todos!
Pelejo que pelejo!!
Thais Rosa Bustamante
Porque ainda tento ensinar aos meus filhos, a importância de serem bons, honestos. A importância do respeito para com os outros mesmo que não sejamos respeitados por eles. Ainda tento ensinar-lhes a não jogar papel em via pública, a acatar a autoridade dos professores, a não deixar nossa cachorrinha fazer cocô na rua, a dar o lugar aos mais velhos,a não abrir embalagens dentro do supermercado...
Ainda tento dizer aos meus filhos da essência do amor! E que o sexo não deve ser tão valorizado assim, tão liberado assim. Ainda tento argumentar que o namoro deve ser levado a sério, enquanto se ama ou acha que se ama. E que o sexo ainda não deve fazer parte do namoro embora o que se vê em toda parte é que o sexo está implícito nele. Neste ponto,eu sei que serei promovida de chatinha à insuportável do mundo globalizado!!
Mas eu tento! Pelejo que pelejo!!
Ainda tento passar aos meus filhos, não os valores do dólar, do euro...mas da honestidade, da castidade, do amor e temor a Deus!!
Ainda tento falar em virgindade! Hoje em dia? Que piada! Que mulher atrasada! E é médica, heim?
Mas eu tento! Pelejo que pelejo!
Ainda tento atender meus pacientes olhando-os nos olhos e respeitando a ignorância que assola os sem informação!!Ainda tento ter ética profissional onde tudo tende a ser superficial!!
Ainda tento dar aos meus filhos a educação do berço! Aconchegante berço! Ter personalidade em assumir que tem uma opinião própria! E não será qualquer mudança no comportamento social que os fará balançar!
Há certas coisas que não devem mudar, não devem seguir moda!
Ainda tento dizer não aos meus filhos num mundo onde tudo é permitido! E dizer não a eles é tão difícil assim? Às vezes dói ver seus rostinhos tristes! Mas é preciso dizer não!
Sei que serei alvo de críticas polêmicas!! Opiniões divergentes!! Mas estou habituada a isto! Desde garota!Na faculdade, por ser assim, careta, caipira, a "do contra", ouvia muitas críticas: sinceras das amigas que me falavam diretamente que eu não deveria ser assim tão radical; e aquelas traiçoeiras, zombeteiras... E eu tinha consciência de tudo isto! Mas sempre tive tanta convicção de que estava certa! E não me arrependo!
Ainda tento passar para meus filhos o quê recebi dos meus pais! E tudo isso nada mais é que educar! Nada mais é que amar!
Respeito a todos que pensam diferente de mim. Não sou a dona da verdade. Só quero alertar aos mais liberais que irão me achar atrasada e preconceituosa: cuidado para não reverter o processo do preconceito me taxando disso ou aquilo...Porque eu vejo que isso acontece! E muito!
Mas eu tento viver numa boa com todos!
Pelejo que pelejo!!
Thais Rosa Bustamante
sexta-feira, 16 de novembro de 2007
NAMORO
Em agosto de 2003, minha filha começou a namorar: estava então com 14 anos,10 meses e 27 dias! Levei um susto quando ela entrou no meu quarto e disse que estava gostando do Daniel. Meu coração pulou! Ela me pegou desprevenida! Logo ela que vivia dizendo como os meninos são chatos, bobos e infantis! Achei que iria demorar um pouco mais para se interessar por eles! Mas o Daniel era especial, ela disse.
Minha cabeça dava voltas: será que ela já está preparada para namorar? Será que eu soube passar pra ela as coisas importantes? Hoje os namoros estão tão mudados...Será? Será?
E quase todo dia eu a chamava para uma conversa e falava, falava...Depois de vários repetecos, um dia ela disse:
- Mãe, você já disse tudo isso!!
Mas eu continuei inquieta, preocupada, ansiosa...
Onde trabalho, sempre atendo adolescentes despreparadas e já com seus filhinhos nos braços. Falta de informação? Já li sobre pesquisas que dizem que muitas dessas meninas engravidam por enxergarem, no filhinho que virá, uma nova perspectiva de vida! Vejam vocês!
Um dia, para não ficar repetitiva demais, eu e meu violão resolvemos fazer uma música pra minha Gabrielinha e pra tantas Gabrielas ,Leandros e Rafaelas que existem por aí e que um dia também vão se apaixonar.
A música se chama Namoro e a letra é assim:
Tudo começa com um gostar inexplicável:
Por que é este se o outro é agradável?
E o efeito indecifrável do olhar...
Como é que pode tantos frios provocar?
O coração dispara forte contra o peito!
A face rósea...disfarçar? Não há mais jeito!
Quer se olhar mais mas não sei o que acontece!
Se desvia pr'outro lado! Ai, meu Deus! Ninguém merece!
E quando chega a hora de se conversar,
a fala trava e faz a gente gaguejar!
As mãos geladas não encontram um lugar para ficar!
As pernas tremem e bambeiam sem parar!
E o primeiro beijo?
É tanto tempo para se encorajar!
Nem por isso a emoção ficou menor!
Talvez por isto, pela espera, foi melhor!
Mas, pode um dia, vir a chama a enfraquecer.
E não se sabe como pôde acontecer!
E aquele amor tão grande vai se apagando devagar
E logo, logo, virá outro em seu lugar.
Por isso eu digo: não esqueça!
Namorar é bom, mas use a cabeça!
O coração também tem o seu lugar neste complexo,
Mas deixe bem para mais tarde o tal do sexo!.
Este momento tem que ser especial!
E deve ser com uma pessoa bem legal!
Não jogue fora a chance de se realizar como pessoa
Que tudo vem, naturalmente, numa boa!
E para os mais afobadinhos, curiosos
Também existe opção com inteligência!
Preservativos são, agora, preciosos!
Pra ter saúde e garantir sobrevivência!
Por isso eu digo: não esqueça!
Namorar é bom mas use a cabeça!
O coração também tem o seu lugar neste complexo
mas deixe bem para mais tarde o tal do sexo!
Maternidade nem sempre é assim tão linda.
E a mãezinha encontra, às vezes, solidão.
Penso que uma criança deve ser bem-vinda
E encontrar um colo aberto ao coração!
E ainda falta um recadinho aos papais:
No comecinho, a mamãe é muito mais.
Mas se o papai ficar ausente, pr'o bebê é irreparável!
É essencial: paternidade responsável!
Por isso eu digo: não esqueça!
Namorar é bom mas use a cabeça!
O coração também tem o seu lugar neste complexo.
Mas deixe bem para mais tarde o tal do sexo!
"Educação sexual não é só falar de sexo. Ela se faz desde a infância e envolve a idéia de ser SUJEITO e não objeto das relações, de cuidar de si e do outro, de ter COMPROMISSOS. É depois disso que se deve discutir o uso de preservativos e prevenção. E não apenas associar sexo com proibições e doença. Para dar conta da função, os pais precisam se INFORMAR, superar possíveis constrangimentos. E devem incluir o AMOR na conversa, desfazendo equívocos. O amor é um apelo forte, no sentido de que quem ama cuida mais. A importância de a educação sexual ser assumida pelos pais cresce em um país como o Brasil onde os apelos eróticos permeiam a programação da TV, sem muito critério de bom gosto, horário, faixa etária. É importante que os pais apontem aos filhos esses conteúdos que banalizam a sexualidade. Não se trata de proibir nada, mas de mostrar de forma crítica e sensata essas distorções." Dra. Maria Ignes Saito(hebeatra)
"As meninas associam o amor romântico com confiança". Neste sentido,acham que, proteger-se é desconfiar do outro, e o amor é indissociável da confiança. Os meninos também usam a confiança, mas consideram mais a "força" do desejo para evitar a camisinha. Além disso, a AMBIGÜIDADE de valores sociais, que estimula a sexualidade, mas condena a gravidez e a doença, atua de forma contraditória sobre as meninas. Elas se envergonham tanto por serem virgens quanto por não serem. E acham difícil providenciar os preservativos: isso sugere que planejam a ação."
Leila Sollberger(antropóloga)
Minha cabeça dava voltas: será que ela já está preparada para namorar? Será que eu soube passar pra ela as coisas importantes? Hoje os namoros estão tão mudados...Será? Será?
E quase todo dia eu a chamava para uma conversa e falava, falava...Depois de vários repetecos, um dia ela disse:
- Mãe, você já disse tudo isso!!
Mas eu continuei inquieta, preocupada, ansiosa...
Onde trabalho, sempre atendo adolescentes despreparadas e já com seus filhinhos nos braços. Falta de informação? Já li sobre pesquisas que dizem que muitas dessas meninas engravidam por enxergarem, no filhinho que virá, uma nova perspectiva de vida! Vejam vocês!
Um dia, para não ficar repetitiva demais, eu e meu violão resolvemos fazer uma música pra minha Gabrielinha e pra tantas Gabrielas ,Leandros e Rafaelas que existem por aí e que um dia também vão se apaixonar.
A música se chama Namoro e a letra é assim:
Tudo começa com um gostar inexplicável:
Por que é este se o outro é agradável?
E o efeito indecifrável do olhar...
Como é que pode tantos frios provocar?
O coração dispara forte contra o peito!
A face rósea...disfarçar? Não há mais jeito!
Quer se olhar mais mas não sei o que acontece!
Se desvia pr'outro lado! Ai, meu Deus! Ninguém merece!
E quando chega a hora de se conversar,
a fala trava e faz a gente gaguejar!
As mãos geladas não encontram um lugar para ficar!
As pernas tremem e bambeiam sem parar!
E o primeiro beijo?
É tanto tempo para se encorajar!
Nem por isso a emoção ficou menor!
Talvez por isto, pela espera, foi melhor!
Mas, pode um dia, vir a chama a enfraquecer.
E não se sabe como pôde acontecer!
E aquele amor tão grande vai se apagando devagar
E logo, logo, virá outro em seu lugar.
Por isso eu digo: não esqueça!
Namorar é bom, mas use a cabeça!
O coração também tem o seu lugar neste complexo,
Mas deixe bem para mais tarde o tal do sexo!.
Este momento tem que ser especial!
E deve ser com uma pessoa bem legal!
Não jogue fora a chance de se realizar como pessoa
Que tudo vem, naturalmente, numa boa!
E para os mais afobadinhos, curiosos
Também existe opção com inteligência!
Preservativos são, agora, preciosos!
Pra ter saúde e garantir sobrevivência!
Por isso eu digo: não esqueça!
Namorar é bom mas use a cabeça!
O coração também tem o seu lugar neste complexo
mas deixe bem para mais tarde o tal do sexo!
Maternidade nem sempre é assim tão linda.
E a mãezinha encontra, às vezes, solidão.
Penso que uma criança deve ser bem-vinda
E encontrar um colo aberto ao coração!
E ainda falta um recadinho aos papais:
No comecinho, a mamãe é muito mais.
Mas se o papai ficar ausente, pr'o bebê é irreparável!
É essencial: paternidade responsável!
Por isso eu digo: não esqueça!
Namorar é bom mas use a cabeça!
O coração também tem o seu lugar neste complexo.
Mas deixe bem para mais tarde o tal do sexo!
"Educação sexual não é só falar de sexo. Ela se faz desde a infância e envolve a idéia de ser SUJEITO e não objeto das relações, de cuidar de si e do outro, de ter COMPROMISSOS. É depois disso que se deve discutir o uso de preservativos e prevenção. E não apenas associar sexo com proibições e doença. Para dar conta da função, os pais precisam se INFORMAR, superar possíveis constrangimentos. E devem incluir o AMOR na conversa, desfazendo equívocos. O amor é um apelo forte, no sentido de que quem ama cuida mais. A importância de a educação sexual ser assumida pelos pais cresce em um país como o Brasil onde os apelos eróticos permeiam a programação da TV, sem muito critério de bom gosto, horário, faixa etária. É importante que os pais apontem aos filhos esses conteúdos que banalizam a sexualidade. Não se trata de proibir nada, mas de mostrar de forma crítica e sensata essas distorções." Dra. Maria Ignes Saito(hebeatra)
"As meninas associam o amor romântico com confiança". Neste sentido,acham que, proteger-se é desconfiar do outro, e o amor é indissociável da confiança. Os meninos também usam a confiança, mas consideram mais a "força" do desejo para evitar a camisinha. Além disso, a AMBIGÜIDADE de valores sociais, que estimula a sexualidade, mas condena a gravidez e a doença, atua de forma contraditória sobre as meninas. Elas se envergonham tanto por serem virgens quanto por não serem. E acham difícil providenciar os preservativos: isso sugere que planejam a ação."
Leila Sollberger(antropóloga)
terça-feira, 13 de novembro de 2007
INTIMIDADE
Esses dias, ouvi no rádio, dados de uma pesquisa que concluiu que estão ocorrendo muito mais separações do que casamentos. Minha memória nunca foi boa com números e, portanto, não me lembro dos percentuais.
Fiquei pensando:sou uma privilegiada.Já completei 20 anos de casório.Sou uma sortuda!E sou feliz com o amor que escolhi. Ou foi ele que me escolheu? Essa é uma das discussões eternas entre nós.
Daí, lembrei, que há muitos anos atrás, ainda solteira,assisti a uma entrevista com uma atriz famosa e que dizia que amor nenhum sobreviveria à rotina do casamento e que o quê acabava com a paixão era o excesso de intimidade. E ela ía enumerando os ítens que, na opinião dela, acabavam com qualquer paixão: fazer xixi de porta aberta, soltar pum, coçar-se sem cerimônia, arrotos, chulé e etc.
Apesar de ainda ser inexperiente, achei tão superficial quanto intolerante a opinião dessa pessoa que já estava no seu terceiro ou quarto casamento.
E também não era isso que eu vivenciava em casa: sempre vi meus pais darem risada um do outro nestas situações.
De onde vem o amor? Como ele surge? E como ele vai embora?
Confesso que fui um tanto quanto namoradeira na juventude na tentativa de encontrar o meu amor até que o encontrei.Seguia meu coração sem esquecer de usar a razão.
Numa das conversas que tive com meu pai na adolescência, ele disse:
- Deus já fez as coisas na ordem certa!
E ele ía apontando conforme falava:
- Primeiro a razão: pensar, ponderar. Depois o coração: sentimentos e emoções e depois vem o sexo: o prazer. Tudo vem na sua ordem, de cima para baixo. Agora tem gente por aí que vive plantando bananeira: põe o sexo em primeiro lugar, depois o coração e depois a razão! Já começa de trás pra frente! Aí nada pode dar certo mesmo!
Eu, particularmente, não consigo compreender de jeito nenhum esse negócio que inventaram de "ficar".Já ouvi uma psicóloga dizer que é um ótimo exercício da sexualidade.Mas fica com um, fica com outro; beija um, beija outro... e sem vínculo afetivo nenhum?? O que é isso? É uma moda de gente sem personalidade: "Maria vai com as outras!"Que me desculpem os ficantes. Vocês deveriam experimentar as sensações do antes do namoro, da fase da paquera, dos olhares, dos frios na barriga, das dúvidas, das fantasias, dos bilhetinhos...Se a paquera fosse em frente, vinha o pedido de namoro( que nervoso!), o segurar na mão, os beijinhos. Tudo no seu devido tempo, naturalmente! Depois de um certo tempo, com a convivência, já dava pra sentir se o namoro ía dar certo ou não. O encantamento do começo ía passando e logo se percebia que não era amor! Porque quando qualquer coisinha começa a irritar e virar defeito, não é amor! É uma paixão! E dura pouco. E sempre sai alguém magoado desta história!
Mas, voltando à entrevista da tal atriz, hoje continuo discordando dela totalmente! Porque sei que quando existe amor, a intimidade está atrelada a ele e, quando um pum inevitável acontece é motivo de risadas e brincadeiras bem humoradas!
Portanto, um chulé, um bafo de onça de manhã, um pum que escapou, uma bebedeira e até a irritante "futebolmania" jamais serão capazes de passar por cima da boa índole, do caráter firme, do olhar carinhoso, do pai extremoso e do bom coração.
Isso é intimidade!
Isso é amor!
E não tem nada a ver com sexo! Isso é outro assunto!
E, por sugestão da Margareth:
Tenho Dito!!
AMOR VERDADE - Aécio Zózimo Bustamante
Ainda que teus olhos não brilhassem
como da vez primeira em que te vi.
Ainda que das tuas mãos faltassem
os carinhos com os quais sobrevivi.
Ainda que teu corpo envelhecesse
encurvado, falaz, enfraquecido.
E outros, jovens, com ele concorressem
na certeza de terem-no vencido.
Ainda que a memória te faltasse
e do meu ser, jamais tu te lembrasses.
Ainda assim, meu bem, eu te amaria.
Ainda assim, teus beijos quereria.
Porque sei que só tem felicidade
quem encontrou no amor,
o amor verdade.
Fiquei pensando:sou uma privilegiada.Já completei 20 anos de casório.Sou uma sortuda!E sou feliz com o amor que escolhi. Ou foi ele que me escolheu? Essa é uma das discussões eternas entre nós.
Daí, lembrei, que há muitos anos atrás, ainda solteira,assisti a uma entrevista com uma atriz famosa e que dizia que amor nenhum sobreviveria à rotina do casamento e que o quê acabava com a paixão era o excesso de intimidade. E ela ía enumerando os ítens que, na opinião dela, acabavam com qualquer paixão: fazer xixi de porta aberta, soltar pum, coçar-se sem cerimônia, arrotos, chulé e etc.
Apesar de ainda ser inexperiente, achei tão superficial quanto intolerante a opinião dessa pessoa que já estava no seu terceiro ou quarto casamento.
E também não era isso que eu vivenciava em casa: sempre vi meus pais darem risada um do outro nestas situações.
De onde vem o amor? Como ele surge? E como ele vai embora?
Confesso que fui um tanto quanto namoradeira na juventude na tentativa de encontrar o meu amor até que o encontrei.Seguia meu coração sem esquecer de usar a razão.
Numa das conversas que tive com meu pai na adolescência, ele disse:
- Deus já fez as coisas na ordem certa!
E ele ía apontando conforme falava:
- Primeiro a razão: pensar, ponderar. Depois o coração: sentimentos e emoções e depois vem o sexo: o prazer. Tudo vem na sua ordem, de cima para baixo. Agora tem gente por aí que vive plantando bananeira: põe o sexo em primeiro lugar, depois o coração e depois a razão! Já começa de trás pra frente! Aí nada pode dar certo mesmo!
Eu, particularmente, não consigo compreender de jeito nenhum esse negócio que inventaram de "ficar".Já ouvi uma psicóloga dizer que é um ótimo exercício da sexualidade.Mas fica com um, fica com outro; beija um, beija outro... e sem vínculo afetivo nenhum?? O que é isso? É uma moda de gente sem personalidade: "Maria vai com as outras!"Que me desculpem os ficantes. Vocês deveriam experimentar as sensações do antes do namoro, da fase da paquera, dos olhares, dos frios na barriga, das dúvidas, das fantasias, dos bilhetinhos...Se a paquera fosse em frente, vinha o pedido de namoro( que nervoso!), o segurar na mão, os beijinhos. Tudo no seu devido tempo, naturalmente! Depois de um certo tempo, com a convivência, já dava pra sentir se o namoro ía dar certo ou não. O encantamento do começo ía passando e logo se percebia que não era amor! Porque quando qualquer coisinha começa a irritar e virar defeito, não é amor! É uma paixão! E dura pouco. E sempre sai alguém magoado desta história!
Mas, voltando à entrevista da tal atriz, hoje continuo discordando dela totalmente! Porque sei que quando existe amor, a intimidade está atrelada a ele e, quando um pum inevitável acontece é motivo de risadas e brincadeiras bem humoradas!
Portanto, um chulé, um bafo de onça de manhã, um pum que escapou, uma bebedeira e até a irritante "futebolmania" jamais serão capazes de passar por cima da boa índole, do caráter firme, do olhar carinhoso, do pai extremoso e do bom coração.
Isso é intimidade!
Isso é amor!
E não tem nada a ver com sexo! Isso é outro assunto!
E, por sugestão da Margareth:
Tenho Dito!!
AMOR VERDADE - Aécio Zózimo Bustamante
Ainda que teus olhos não brilhassem
como da vez primeira em que te vi.
Ainda que das tuas mãos faltassem
os carinhos com os quais sobrevivi.
Ainda que teu corpo envelhecesse
encurvado, falaz, enfraquecido.
E outros, jovens, com ele concorressem
na certeza de terem-no vencido.
Ainda que a memória te faltasse
e do meu ser, jamais tu te lembrasses.
Ainda assim, meu bem, eu te amaria.
Ainda assim, teus beijos quereria.
Porque sei que só tem felicidade
quem encontrou no amor,
o amor verdade.
domingo, 11 de novembro de 2007
FILHOS ADOLESCENTES!!!
Tento me colocar no lugar deles quando ficam "esquisitos" .Chego a sentir saudades deles mesmo estando tão presentes. E fico lembrando de como eu era nesta mesma idade. Adolescência! Rebeldia sem causa! Em casa, né? Porque com as pessoas de fora sempre muito educada, simpática e meiga. Mas, bastava por os pés dentro de casa e a paciência evaporava!
Eram perguntas demais para uma pobre adolescente como eu! E as respostas, monossilábicas, saíam como um grunhido entre os dentes. Mamãe se queixava...e hoje eu a entendo e peço perdão.Te amo, mamãe!!!
Achava que todos estavam contra mim qualquer que fosse a discussão. E haja dicussão! Imaginem um monte de Bustamante junto e os Rosa(italianos mais espanhóis mais portugueses e não sei mais o quê!)!
Quando começava a gozação eu explodia! Gritava! Saía batendo o pé, as portas e o que viesse pela frente! Era mesmo de pavio curto!
Uma vez, entornei um copo de leite em cima da minha irmã! Motivo: iria ter um baile em Pedralva e eu pedi pra mamãe fazer uma roupa nova. Nisso, a Nelma entra na cozinha e diz:
- Não, senhora! Eu pedi primeiro e não vai dar tempo da mamãe fazer duas roupas!
- Mas as roupas que eu tenho não servem!
E ela, do alto da sua elegante magreza, disparou:
- Quem mandou ficar balofa!!!
...SCHILATE!!!!!!!Foi leite pra todo lado!
Mamãe se desesperava!
- Mas o que que está acontecendo com essas meninas???
Ficamos dois dias sem nos falar. Ferviam sentimentos opostos: a raiva do momento e o arrependimento de fazer coisas inimagináveis e justo com quem você ama. E eu dava o braço a torcer? Que nada!!
Tínhamos algumas obrigações. A minha era de arrumar a cozinha do almoço. Mas eu tinha todo o tempo do mundo! Uma tarde, quando me dei conta, o papai chegou do trabalho pra jantar e me pegou no flagra ainda com "os trem" em cima da pia. Foi uma bronca memorável! E ele me advertiu para que isso não acontecesse mais!
Outra tarde longa e a buzina do carro toca no portão. Minha Nossinhora!! Tô perdida!! Ah!!Idéia!! Juntei tudo e enfiei tudibaidapia(tradução: tudo debaixo da pia)! Genial!! Mas a alegria durou pouco! Logo fui descoberta! E outra bronca daquelas! E eu me sentia a criatura mais injustiçada deste mundo! Entrava no quarto, qual cena de novela mexicana, me debruçava sobre o travesseiro e chorava feito bezerra desmamada e escrevia tudo no diário! Ninguém me entendia mesmo! Só minhas amigas...e que estavam longe...a 30 quilômetros de distância pois nesta fase eu já morava em Itajubá e punha defeito em todo mundo que eu conhecia! Agora, eu leio estas mesmas páginas testemunhas do meu enorme sofrer e...caio na gargalhada!!
Hoje estou no papel de mãe de 2 adolescentes e vejo como é difícil acompanhar tantas mudanças! Pois, há um tempinho atrás, nós os pais éramos tudo pra eles! Mais que super-heróis! Era mamãe pra lá...mamãe pra cá...Agora é só pra lá...Questionam tudo!
Ainda bem que,recentemente, fiz um curso de atualização em pediatria, e tive aulas com a Dra Maria Ignês Saito, uma hebeatra de renome em São Paulo e que abomina o termo "aborrescente".E isto tudo que descrevi de mim mesma faz parte da chamada "Síndrome da adolescência normal". Chique, Não?
Portanto, mamães de adolescentes, não se apavorem tanto! Vocês não deixaram de ser amadas por seus filhos! Este comportamanto faz parte dessa transição pela qual todos nós passamos e todos têm uma historinha pra contar.E nós, pais, temos que fazer a nossa parte que é amar, compreender, orientar, impor limites e dialogar,dialogar e dialogar!!Mesmo que pareça que eles não estão nos ouvindo. Devemos bater sempre naquela tecla que julgamos importante mesmo que de vez em quando ela dê uma desafinada! Mas não podemos ser indiferentes nunca!!
Acho lindo este trecho do livro do doutor Içami Tiba:..."eu só tenho 13 anos. Sou um púbere "despindo" a infância mas ainda sem saber que "roupas" usar. O que mais detesto é quando vocês se metem na minha vida para dizerem o que devo "vestir", o que devo fazer. Ainda não sei direito o que eu quero mas tenho certeza de que eu não quero o que vocês querem de mim...busco dentro de mim qual é o meu caminho e o que eu quero da minha vida. Como não sei argumentar o que se passa dentro de mim, defendo-me pela oposição e pela agressão. Preciso de um tempo experimentando diversas "roupas". Vocês não agüentam quando não dá certo o que eu faço. A mãe se sente culpada e o pai logo fica bravo".
Este assunto é riquíssimo e muito me interessa pois, embora os meus dois filhos mais velhos já estejam dando adeus à adolescência, tem uma outra chegando por aí. E eu me dei conta disto porque um dia desses, disse pra Rafaela( agora com 10 anos de idade) guardar os tênis que ela havia deixado no "mei da sala" e eu acabara de tropeçar neles, e ela, que sempre foi bem humorada, com a cara mais incrédula deste mundo,sai com esta:
- Tá bom, eu sei que eu sou uma chata e burra mesmo!!
TILIM!!!TILIM!!!
Caiu a ficha!!! Olha a pré-adolescente aí gente!!!
Vai começar tudo de novo!!!
BUMERANGUE
Lá vão eles! Lá vão eles!
Crescendo tanto e tão cedo!
Que medo!
Lá vão eles! Lá vão eles!
Se lançando por aí no mundo...
a fundo!
Lá vão eles! Lá vão eles!
Desatando os laços, se soltando.
Quando?
O tempo passou como um riacho
deixando brechas, cobrindo falhas...
e nada que o faça parar...
Diacho!
E lá vão eles! Lá vão eles!
Pra viverem ilusões, amores...
e dores...
Lá vão eles! Lá vão eles!
Aprendendo a enfrentar valores...
pudores...
Que força que tem o nosso sangue?
Confio em Deus que voltem para a nossa gang...
Bumerangue...
Mas lá vão eles!Lá vão eles!
Deixando o ninho vazio...
Que frio!
Não estou preparada pra tudo...
Mas eu sei que isto é o natural.
Lançam-se flechas, mostram-se caminhos...
E outros frutos virão...
Que bom!
Que bom!
Thais -(canção feita em agosto/2004)
Eram perguntas demais para uma pobre adolescente como eu! E as respostas, monossilábicas, saíam como um grunhido entre os dentes. Mamãe se queixava...e hoje eu a entendo e peço perdão.Te amo, mamãe!!!
Achava que todos estavam contra mim qualquer que fosse a discussão. E haja dicussão! Imaginem um monte de Bustamante junto e os Rosa(italianos mais espanhóis mais portugueses e não sei mais o quê!)!
Quando começava a gozação eu explodia! Gritava! Saía batendo o pé, as portas e o que viesse pela frente! Era mesmo de pavio curto!
Uma vez, entornei um copo de leite em cima da minha irmã! Motivo: iria ter um baile em Pedralva e eu pedi pra mamãe fazer uma roupa nova. Nisso, a Nelma entra na cozinha e diz:
- Não, senhora! Eu pedi primeiro e não vai dar tempo da mamãe fazer duas roupas!
- Mas as roupas que eu tenho não servem!
E ela, do alto da sua elegante magreza, disparou:
- Quem mandou ficar balofa!!!
...SCHILATE!!!!!!!Foi leite pra todo lado!
Mamãe se desesperava!
- Mas o que que está acontecendo com essas meninas???
Ficamos dois dias sem nos falar. Ferviam sentimentos opostos: a raiva do momento e o arrependimento de fazer coisas inimagináveis e justo com quem você ama. E eu dava o braço a torcer? Que nada!!
Tínhamos algumas obrigações. A minha era de arrumar a cozinha do almoço. Mas eu tinha todo o tempo do mundo! Uma tarde, quando me dei conta, o papai chegou do trabalho pra jantar e me pegou no flagra ainda com "os trem" em cima da pia. Foi uma bronca memorável! E ele me advertiu para que isso não acontecesse mais!
Outra tarde longa e a buzina do carro toca no portão. Minha Nossinhora!! Tô perdida!! Ah!!Idéia!! Juntei tudo e enfiei tudibaidapia(tradução: tudo debaixo da pia)! Genial!! Mas a alegria durou pouco! Logo fui descoberta! E outra bronca daquelas! E eu me sentia a criatura mais injustiçada deste mundo! Entrava no quarto, qual cena de novela mexicana, me debruçava sobre o travesseiro e chorava feito bezerra desmamada e escrevia tudo no diário! Ninguém me entendia mesmo! Só minhas amigas...e que estavam longe...a 30 quilômetros de distância pois nesta fase eu já morava em Itajubá e punha defeito em todo mundo que eu conhecia! Agora, eu leio estas mesmas páginas testemunhas do meu enorme sofrer e...caio na gargalhada!!
Hoje estou no papel de mãe de 2 adolescentes e vejo como é difícil acompanhar tantas mudanças! Pois, há um tempinho atrás, nós os pais éramos tudo pra eles! Mais que super-heróis! Era mamãe pra lá...mamãe pra cá...Agora é só pra lá...Questionam tudo!
Ainda bem que,recentemente, fiz um curso de atualização em pediatria, e tive aulas com a Dra Maria Ignês Saito, uma hebeatra de renome em São Paulo e que abomina o termo "aborrescente".E isto tudo que descrevi de mim mesma faz parte da chamada "Síndrome da adolescência normal". Chique, Não?
Portanto, mamães de adolescentes, não se apavorem tanto! Vocês não deixaram de ser amadas por seus filhos! Este comportamanto faz parte dessa transição pela qual todos nós passamos e todos têm uma historinha pra contar.E nós, pais, temos que fazer a nossa parte que é amar, compreender, orientar, impor limites e dialogar,dialogar e dialogar!!Mesmo que pareça que eles não estão nos ouvindo. Devemos bater sempre naquela tecla que julgamos importante mesmo que de vez em quando ela dê uma desafinada! Mas não podemos ser indiferentes nunca!!
Acho lindo este trecho do livro do doutor Içami Tiba:..."eu só tenho 13 anos. Sou um púbere "despindo" a infância mas ainda sem saber que "roupas" usar. O que mais detesto é quando vocês se metem na minha vida para dizerem o que devo "vestir", o que devo fazer. Ainda não sei direito o que eu quero mas tenho certeza de que eu não quero o que vocês querem de mim...busco dentro de mim qual é o meu caminho e o que eu quero da minha vida. Como não sei argumentar o que se passa dentro de mim, defendo-me pela oposição e pela agressão. Preciso de um tempo experimentando diversas "roupas". Vocês não agüentam quando não dá certo o que eu faço. A mãe se sente culpada e o pai logo fica bravo".
Este assunto é riquíssimo e muito me interessa pois, embora os meus dois filhos mais velhos já estejam dando adeus à adolescência, tem uma outra chegando por aí. E eu me dei conta disto porque um dia desses, disse pra Rafaela( agora com 10 anos de idade) guardar os tênis que ela havia deixado no "mei da sala" e eu acabara de tropeçar neles, e ela, que sempre foi bem humorada, com a cara mais incrédula deste mundo,sai com esta:
- Tá bom, eu sei que eu sou uma chata e burra mesmo!!
TILIM!!!TILIM!!!
Caiu a ficha!!! Olha a pré-adolescente aí gente!!!
Vai começar tudo de novo!!!
BUMERANGUE
Lá vão eles! Lá vão eles!
Crescendo tanto e tão cedo!
Que medo!
Lá vão eles! Lá vão eles!
Se lançando por aí no mundo...
a fundo!
Lá vão eles! Lá vão eles!
Desatando os laços, se soltando.
Quando?
O tempo passou como um riacho
deixando brechas, cobrindo falhas...
e nada que o faça parar...
Diacho!
E lá vão eles! Lá vão eles!
Pra viverem ilusões, amores...
e dores...
Lá vão eles! Lá vão eles!
Aprendendo a enfrentar valores...
pudores...
Que força que tem o nosso sangue?
Confio em Deus que voltem para a nossa gang...
Bumerangue...
Mas lá vão eles!Lá vão eles!
Deixando o ninho vazio...
Que frio!
Não estou preparada pra tudo...
Mas eu sei que isto é o natural.
Lançam-se flechas, mostram-se caminhos...
E outros frutos virão...
Que bom!
Que bom!
Thais -(canção feita em agosto/2004)
Homens!!
Este tema,penso eu,é digno de um estudo aprofundado e sério:o comportamento masculino diante de uma coisa rechonchuda,redonda e difícil de dominar!
É incrível como eles ficam excitados,animados e nunca se cansam dela!
Não!Não é o que vocês estão pensando!Estou falando da BOLA!!!!Da bola de futebol!!
Nós,mulheres,perdemos dela e de longe!Fora o baile! E eles ficam ofendidos quando ouvem qualquer comentário feminino que ventile a idéia de que são eternos adolescentes!Bastou que eu dissesse que iria escrever sobre o assunto:"os homens e o futebol",que já ouvi uma exclamação indignada: -Por que você não escreve sobre o homem e o trabalho???
Mas o que eu vou falar não é coisa da minha cabeça!É um fato !Incontestável!
Imagine um bando de mulheres de vinte,trinta,quarenta anos e que se reúnem uma vez por semana para brincarem de boneca,ou de pique,ou para pularem corda ou para brincarem de amarelinha(emMinas a gente fala maré)!É com convicção que afirmo que a maioria das pessoas que assistisse a esta cena iria estranhar.Até imagino os comentários:
-Essas mulheres não tiveram infância,coitadas!
Ou:
-Essa muierada num tem o qui fazê im casa?
Ou ainda:
-Mai qui farta de serviçu!!
E se chegássemos em casa às 2 h da matina após uma chopada com as amigas?
-Nossa!Isso são horas de uma mulher de família chegar em casa?
No entanto,do lado do nosso amado sexo oposto,isto não acontece.Os homens passam a infância jogando bola;passam a adolescência jogando bola e passam a adultície... jogando bola;e até a terceira idade passam... jogando bola(taí Sr Gentil que não me deixa mentir!).E todos acham natural um bando de homens madurões se reunirem semanalmente para o tal famigerado futebol!Até aí,tudo bem!Nada contra!Muito pelo contrário!Em casa,eu que dei força pro maridão começar a jogar uma vez por semana,pensando na sua saúde e no seu lazer.
O problema é que dentro daquelas quatro linhas(que devem ter algum feitiço!)eles se transformam!Alguns,eu diria que mudam de personalidade!A pessoa educada e gentil se revela um encrenqueiro,um brigão,um criador de casos!Outros culpam o coitado do juiz por tudo de ruim que aconteça com seu time!Outros enxergam o adversário como um arqui-inimigo a ser vencido a qualquer custo,um"babaca"!!!Fora outros palavrões cabeludos e censuráveis neste meu texto familiar.
Se o jogo é na TV(que só presta se estiver sintonizada em um canal de esportes)e você passa por ela:
-Pô!!!Cê passou na frente bem na hora de um lance decisivo!!(eu mesmo já interrompi vários lances decisivos e que ,inclusive,DECIDIRAM a minha vida!!).
Puxar assunto durante um jogo então,é pura perda de tempo!!É melhor desistir!E mesmo que eles respondam não se lembrarão depois!Eles ficam em transe!
Até o padre durante a missa comenta os resultados do seu time de coração!Até intelectuais famosos quando são entrevistados sempre chegam previsivelmente neste assunto! Arre!
O fato é que,nós,mulheres,não conseguimos entender porque um jogo,que seria para descontrair,divertir,desestressar os deixam tão alterados,tão competitivos!
Quando estão em campo,em carne e osso,sai de baixo!Sai até pancadaria!Meu primo, "cumpade" e também afilhado, Marcelo, é um desses que têm sede de "num" sei o quê e fica todo alterado num jogo "amistoso"!!
E aí,quando termina,você pensa que eles nem vão mais se falar!Então eles todos se reúnem em volta de uma churrasqueira,tomam cerveja,dão risada e conversam sobre o quê???
Ficam comentando cada lance do jogo como se estivessem assistindo a um "replay" tal a riqueza de detalhes lembrados!(Pergunta pra eles o quê comeram no almoço!?!?!). E não se lembram mais das agressões verbais emitidas durante a pelada!
É! Realmente!
"OS HOMENS SÃO DE MARTE E AS MULHERES SÃO DE VÊNUS"!!!
Thais Rosa Bustamante.
É incrível como eles ficam excitados,animados e nunca se cansam dela!
Não!Não é o que vocês estão pensando!Estou falando da BOLA!!!!Da bola de futebol!!
Nós,mulheres,perdemos dela e de longe!Fora o baile! E eles ficam ofendidos quando ouvem qualquer comentário feminino que ventile a idéia de que são eternos adolescentes!Bastou que eu dissesse que iria escrever sobre o assunto:"os homens e o futebol",que já ouvi uma exclamação indignada: -Por que você não escreve sobre o homem e o trabalho???
Mas o que eu vou falar não é coisa da minha cabeça!É um fato !Incontestável!
Imagine um bando de mulheres de vinte,trinta,quarenta anos e que se reúnem uma vez por semana para brincarem de boneca,ou de pique,ou para pularem corda ou para brincarem de amarelinha(emMinas a gente fala maré)!É com convicção que afirmo que a maioria das pessoas que assistisse a esta cena iria estranhar.Até imagino os comentários:
-Essas mulheres não tiveram infância,coitadas!
Ou:
-Essa muierada num tem o qui fazê im casa?
Ou ainda:
-Mai qui farta de serviçu!!
E se chegássemos em casa às 2 h da matina após uma chopada com as amigas?
-Nossa!Isso são horas de uma mulher de família chegar em casa?
No entanto,do lado do nosso amado sexo oposto,isto não acontece.Os homens passam a infância jogando bola;passam a adolescência jogando bola e passam a adultície... jogando bola;e até a terceira idade passam... jogando bola(taí Sr Gentil que não me deixa mentir!).E todos acham natural um bando de homens madurões se reunirem semanalmente para o tal famigerado futebol!Até aí,tudo bem!Nada contra!Muito pelo contrário!Em casa,eu que dei força pro maridão começar a jogar uma vez por semana,pensando na sua saúde e no seu lazer.
O problema é que dentro daquelas quatro linhas(que devem ter algum feitiço!)eles se transformam!Alguns,eu diria que mudam de personalidade!A pessoa educada e gentil se revela um encrenqueiro,um brigão,um criador de casos!Outros culpam o coitado do juiz por tudo de ruim que aconteça com seu time!Outros enxergam o adversário como um arqui-inimigo a ser vencido a qualquer custo,um"babaca"!!!Fora outros palavrões cabeludos e censuráveis neste meu texto familiar.
Se o jogo é na TV(que só presta se estiver sintonizada em um canal de esportes)e você passa por ela:
-Pô!!!Cê passou na frente bem na hora de um lance decisivo!!(eu mesmo já interrompi vários lances decisivos e que ,inclusive,DECIDIRAM a minha vida!!).
Puxar assunto durante um jogo então,é pura perda de tempo!!É melhor desistir!E mesmo que eles respondam não se lembrarão depois!Eles ficam em transe!
Até o padre durante a missa comenta os resultados do seu time de coração!Até intelectuais famosos quando são entrevistados sempre chegam previsivelmente neste assunto! Arre!
O fato é que,nós,mulheres,não conseguimos entender porque um jogo,que seria para descontrair,divertir,desestressar os deixam tão alterados,tão competitivos!
Quando estão em campo,em carne e osso,sai de baixo!Sai até pancadaria!Meu primo, "cumpade" e também afilhado, Marcelo, é um desses que têm sede de "num" sei o quê e fica todo alterado num jogo "amistoso"!!
E aí,quando termina,você pensa que eles nem vão mais se falar!Então eles todos se reúnem em volta de uma churrasqueira,tomam cerveja,dão risada e conversam sobre o quê???
Ficam comentando cada lance do jogo como se estivessem assistindo a um "replay" tal a riqueza de detalhes lembrados!(Pergunta pra eles o quê comeram no almoço!?!?!). E não se lembram mais das agressões verbais emitidas durante a pelada!
É! Realmente!
"OS HOMENS SÃO DE MARTE E AS MULHERES SÃO DE VÊNUS"!!!
Thais Rosa Bustamante.
segunda-feira, 5 de novembro de 2007
SÁBIA SIMPLICIDADE! FILOSOFIA DA ROÇA!
Resolvi escrever as coisas que penso. Ando meio esquecida(aliás, acho que sempre fui)e às vezes me pego tendo uma idéia legal e se não escrevo logo...babau!Já era! Lá se vai mais uma inspiração!
Estava eu, mera cidadã,clicando os canais de TV e parei na TV Senado.Olha! Nem sei como me expressar!Nem sei que sentimento falou mais forte! Se a indignação ou se a vontade de fazer piada! Se ria ou se chorava! Mas logo veio à tona o meu lado vó Chiquinha(e de mamãe Terezinha)quando ouvi um senador se manifestando a respeito da investigação sobre Renan Calheiros: - "Esta CPI pode recrudescer o processo de cassação porque estamos diante de um fato inédito nesta casa em que o acusado do PMDB terá como relator e como juiz, elementos também do PMDB e blá,blá,blá"...
Pensei: -Que enrolação! Tudo isso que ele disse pode-se resumir numa frase que sempre ouvi de meus avós: -" Óia os cabritu vigiano a horta!"
E continuando, o tal senador:..."e eu proponho que seja feito um debate sobre como proceder da melhor forma para que se possa resolver este impasse que está adiando a engrenagem da democratização e para que haja a troca de parlamentares de outros partidos comprometidos com a transparência e blá, blá, blá"...
Meu lado vô Zé Rosinha já disse logo: -"Óia, essi povu tir'u pé do balainhu e bot'u pé no jacazinho! "
E continua o discurso:..."temos que nos organizar para que não haja constrangimento na casa"...
Ou seja: para que ninguém fique com "cara de cachorrinho que peidou na igreja! "
Outro senador citou as cifras milionárias envolvidas nas "negociações"(onde "os zóio é maió qui o bucho!") e que era um absurdo,um fato realmente abusivo!! ("barriga cheia, goiaba tem bicho"!!).
Também li que o tal Renan ameaçou vários "colegas",insinuando que ali ninguém tinha "moral" para se referir a ele naquele tom e blá, blá, blá...("passarinho que anda com morcego acaba dormindo de ponta cabeça", "o uso du cachimbo intorta a boca memo", e "óia u suju falanu du mar lavadu"!!)).
Reparem bem: todos têm um vocabulário "emproado", cheio de metáforas! Se vangloriam de feitos que muitas vezes foram mérito de governos anteriores("êis come sardinha e arrota camarão"!)
Todos bem vestidos, engravatados, bem penteados com os fios milimetricamente assentados com gel! Sorrisos! Tapinhas nas costas!
Mas isso não quer dizer nada né,vô? Ele diria: -" Por fora, bela viola! Por drentu, pão bolorento!!"
E aqueles que sempre foram da oposição e agora estão no "pudêr"?
"Água mole em pedra dura tanto bate até que fura"! E daí vemos que, realmente,"quem nunca comeu melado quando come se lambuza!!A ONG Transparência Brasil tem dados de uma pesquisa que revela que cada parlamentar, em Brasília, custa para nós, cerca de ONZE MIL REAIS POR MINUTO.É melado qui num acaba mais!!!!
Trocam de partido a torto e a direito sem se importarem com seus eleitores! "Pedra que muito rola não cria limo"!!
Só sei de uma coisa: e esse é um ensinamento que vou carregar comigo pelo resto da minha vida: "Não há segredos na alma que a conduta não revele"!! Aprendi com meus pais e com meus avós a ser honesta!Inclusive com a gente. Enganar a si mesmo é um erro que pode nos trazer conseqüências desastrosas: infelicidade e doenças!
Alguns diriam: -Que tolos!
Não é tolice! É um sentimento que vem de dentro e eu o sinto com tanta convicção que não há argumento que me faça agir de outra forma!"O que o berço dá só a cova tira!"
E é preferível ser o tolo da história do que ser o que se acha espertinho e passa a perna nos outros.("Não faça aos outros o que não quer que lhe façam").
"Quem tem ouvidos, que ouça!"
"Pra bom entendedor meia palavra basta!"
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