terça-feira, 13 de novembro de 2007

INTIMIDADE

Esses dias, ouvi no rádio, dados de uma pesquisa que concluiu que estão ocorrendo muito mais separações do que casamentos. Minha memória nunca foi boa com números e, portanto, não me lembro dos percentuais.
Fiquei pensando:sou uma privilegiada.Já completei 20 anos de casório.Sou uma sortuda!E sou feliz com o amor que escolhi. Ou foi ele que me escolheu? Essa é uma das discussões eternas entre nós.
Daí, lembrei, que há muitos anos atrás, ainda solteira,assisti a uma entrevista com uma atriz famosa e que dizia que amor nenhum sobreviveria à rotina do casamento e que o quê acabava com a paixão era o excesso de intimidade. E ela ía enumerando os ítens que, na opinião dela, acabavam com qualquer paixão: fazer xixi de porta aberta, soltar pum, coçar-se sem cerimônia, arrotos, chulé e etc.
Apesar de ainda ser inexperiente, achei tão superficial quanto intolerante a opinião dessa pessoa que já estava no seu terceiro ou quarto casamento.
E também não era isso que eu vivenciava em casa: sempre vi meus pais darem risada um do outro nestas situações.
De onde vem o amor? Como ele surge? E como ele vai embora?
Confesso que fui um tanto quanto namoradeira na juventude na tentativa de encontrar o meu amor até que o encontrei.Seguia meu coração sem esquecer de usar a razão.
Numa das conversas que tive com meu pai na adolescência, ele disse:
- Deus já fez as coisas na ordem certa!
E ele ía apontando conforme falava:
- Primeiro a razão: pensar, ponderar. Depois o coração: sentimentos e emoções e depois vem o sexo: o prazer. Tudo vem na sua ordem, de cima para baixo. Agora tem gente por aí que vive plantando bananeira: põe o sexo em primeiro lugar, depois o coração e depois a razão! Já começa de trás pra frente! Aí nada pode dar certo mesmo!
Eu, particularmente, não consigo compreender de jeito nenhum esse negócio que inventaram de "ficar".Já ouvi uma psicóloga dizer que é um ótimo exercício da sexualidade.Mas fica com um, fica com outro; beija um, beija outro... e sem vínculo afetivo nenhum?? O que é isso? É uma moda de gente sem personalidade: "Maria vai com as outras!"Que me desculpem os ficantes. Vocês deveriam experimentar as sensações do antes do namoro, da fase da paquera, dos olhares, dos frios na barriga, das dúvidas, das fantasias, dos bilhetinhos...Se a paquera fosse em frente, vinha o pedido de namoro( que nervoso!), o segurar na mão, os beijinhos. Tudo no seu devido tempo, naturalmente! Depois de um certo tempo, com a convivência, já dava pra sentir se o namoro ía dar certo ou não. O encantamento do começo ía passando e logo se percebia que não era amor! Porque quando qualquer coisinha começa a irritar e virar defeito, não é amor! É uma paixão! E dura pouco. E sempre sai alguém magoado desta história!
Mas, voltando à entrevista da tal atriz, hoje continuo discordando dela totalmente! Porque sei que quando existe amor, a intimidade está atrelada a ele e, quando um pum inevitável acontece é motivo de risadas e brincadeiras bem humoradas!
Portanto, um chulé, um bafo de onça de manhã, um pum que escapou, uma bebedeira e até a irritante "futebolmania" jamais serão capazes de passar por cima da boa índole, do caráter firme, do olhar carinhoso, do pai extremoso e do bom coração.
Isso é intimidade!
Isso é amor!
E não tem nada a ver com sexo! Isso é outro assunto!
E, por sugestão da Margareth:
Tenho Dito!!

AMOR VERDADE - Aécio Zózimo Bustamante

Ainda que teus olhos não brilhassem
como da vez primeira em que te vi.
Ainda que das tuas mãos faltassem
os carinhos com os quais sobrevivi.

Ainda que teu corpo envelhecesse
encurvado, falaz, enfraquecido.
E outros, jovens, com ele concorressem
na certeza de terem-no vencido.

Ainda que a memória te faltasse
e do meu ser, jamais tu te lembrasses.
Ainda assim, meu bem, eu te amaria.
Ainda assim, teus beijos quereria.

Porque sei que só tem felicidade
quem encontrou no amor,
o amor verdade.

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