segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

FAMÍLIA

Tenho na lembrança emocional o orgulho que sempre senti de fazer parte da família Rosa, de ter aquele vovô bravo de coração manso; de ter aquela vovó musical, em poesia; de ter aqueles tios e tias alegres, mas sempre atentos a algum malfeito de criança e de ter aqueles primos-irmãos. Meus pais nos transmitiam estes sentimentos. Sou do tempo, graças a Deus, em que os avós e tios não bajulavam gratuitamente, mas também nos educavam. Qualquer fato ou atitude era oportunidade para um conselho, uma lição de vida, um exemplo e uma bronca! E bota bronca nisso! Tinha-se intimidade para tal! E nem por isto deixamos de amá-los. Muito pelo contrário! Além de amor, sentimos gratidão!
Neste sentimento infantil sempre me considerei uma privilegiada! Hoje sei que existem muitas famílias Rosa por aí, por este mundo afora e que não é apenas um privilégio meu. Doce e ingênua presunção! Mas, voltando à criancice, meus olhos enxergavam assim e eu cresci feliz!
Depois que o vovô nos deixou, ouvi algumas vezes, como que numa premonição que eu sempre rejeitei: - Agora a família desanda!O que une a turma são os avós!
E eu sempre retruco em pensamento: - Que desune o quê!!
Neste Natal tive a confirmação de tudo isto e a minha família não me decepcionou. Apesar de tantas opiniões contrárias na hora de decidir se ía ser o tradicional churrasco(com aquela maionese da tia Lourdes e aquele vinagrete!!Hum!!) ou se nos encontraríamos numa pizzaria pra não dar trabalho pra "muierada" ou tantas outras sugestões , na hora H todos estavam lá(ou quase todos) e ainda brincando com a situação criada de que NÃO ÍA DAR CERTO!Pizzaria? Ah! Não vai dar certo!
Outros diziam: - Num interessa o que nós vamos comer! O que interessa é encontrar com a turma!
Ri muito do Dani quando ele disse que por ele podia servir até Fandangos que ele ía de "quarqué" jeito!
E, como sempre, tava muito divertido! Deu pra matar um pouco das saudades. E a toda hora se ouvia alguém dizendo no meio daquela alegre bagunça: - Isso num vai dar certo!
E num deu "memo"! Porque o Hernani botou uma forma de pizza na cabeça do Edgar e que a derrubou na tia Anita(uma das que eram contra a pizza)e que ficou com os pés acebolados. Num falei qui num ía dar certo?
Me deu vontade de colocar aqui a letra de uma música que fizemos (eu e o Lico)para o Natal de 1986( quando ainda éramos todos jovenzinhos solteiros). É uma paródia da música "O Caderno", do Toquinho e que marcou muito este nosso Natal.Antes da música, recitamos umas quadrinhas pra brincarmos de artistas:
Esta história teve início
na pequena Capelinha
Onde o mais cheio comício
Cabia na simples pracinha.

Um dia, uma bela moça,
professora, estudada,
foi levada pelo pai
pra ensinar à criançada.

Confessa que foi um desgosto
e ficou contrariada
mas logo achou um rosto
e ficou com a cabeça virada!

Ela ,porém, nem supunha
como era o rapagão,
que pegava touro à unha,
e não negava um tostão.

E ele nem imaginava
como era o tal moço:
por aqueles olhos verdes
14 noivas roeram osso!

Mas é coisa do destino
e um grande amor foi nascendo.
E logo fez-se a família
que continua crescendo:

Chiquitinha, muito bela,
não demora, chega cedo.
Logo, logo cuida dela...
E fisga o Tozé Macedo.

E chega a tia Mainha,
sempre levada da breca.
não demorou muito tempo...
pra deixar tio Zé Hilton careca!

A terceira, a Terezinha,
pro Zaé ganhar foi duro!
Mas não é de se espantar...
ela é o vô Zé Rosa puro!

E o primeiro macho desponta
na casa de tanta flor!
E tia Nísia então encontra
a quem vai dizer, bem alto: meu amor!

Tia Anita inteligente,
para tudo tem resposta.
Nem se arrique a desafios...
que você perde a aposta!

E chega a doce tia Lourdes,
sempre rindo, muito fina!
Não foi à toa que, por ela...
Tio Paulo largou a batina!

E agora chega o tio Tonho
dono de grandes idéias!
Suas piadas no momento certo...
agradaram a Marinéia!

E vem a tia Regina!
No voley, era como um menino!
Mas a sua melhor jogada...
Foi dar bola pro Marino!

Cuidado! É o Pena quem chega!
Só bagunçava o pirralho!
Só deu sossego pros pais...
para `a Ana dar trabalho!

E chega a tia Merzé,
que é mesmo meio louca!
Pois pra agradar o Décio,
de tanto rir, rasgou a boca!

Falar dos netos não dá...
Que é uma mistura danada!
Já basta ver que a maioria...
Já caiu na pingaiada!

Calma! Que é brincadeira!
Não pensem que só bagunçamos.
Nós também falamos sério:
Vocês sabem: nós os amamos!

Mas a história não acabou
pois a família ainda cresce!
Olha que gente bonita!
Mas é só pra quem merece!

PRA FAMÍLIA

Vocês que nos acompanharam do primeiro tombo até a gente andar
E devem nos achar crianças aqui a cantar.
Porém, hoje é o dia dos papéis trocar
E é o que estamos querendo tentar.

Cantando esta felicidade estamos querendo homenagear
àqueles que em toda sua vida só fizeram amar.
Às vezes, fazemos só os preocupar.
E aqui estamos a nos desculpar.

Um dia nós seremos pais e assim poderemos experimentar
a todas essas sensações de mal e bem estar.
E conseguiremos os avaliar
sempre prontos a nos perdoar.

Um dia, já disseram antes, que os pais são arcos a nos atirar
qual flechas para algum ponto a dimensionar.
Nós temos, porém, uma coisa a cobrar:
que ele seja bem perto do lar.

Vovô, vovó, papai, mamãe, titio, titia, irmãos e toda primaiada
São partes de um amor completo que se faz manar.
Por isso estamos sempre a nos encontrar
como as águas que voltam pro mar...

Amo vocês!Família Rosa e agregados!
Apesar dos espinhos que toda rosa tem!!!
Isso num vai dar certo!!!
Thais.

Um comentário:

Daniel Rosa disse...

vou usar esse texto aqui no grupo q vou criar...
beijos!